sábado, 12 de junho de 2021

 

Carnaval de 1965

 

Em 1965, com 13 anos de idade, o Carnaval tinha um significado importante para mim, como para os outros miúdos da aldeia. Penso que era a oportunidade de simular uma figura que despertasse em nós admiração, medo, poder, repulsa, ou outro sentimento forte.

Sem dinheiro para comprar grandes disfarces, porque era necessário para coisas muito mais importantes, recorríamos ao que estava ao nosso dispor para criar uma figura que servisse para nos divertirmos.

E aqui está o resultado. Um fardamento que se mantinha lá por casa desde que o meu pai tinha andado na tropa, um sabre guardado em casa do José Jorge desde as invasões francesas, ou das guerras liberais, a cara enfarruscada, e eu fiquei transformado num valente e garboso soldado, pronto para todas as batalhas.

Umas ligaduras, uns óculos, um chapéu e uma gabardina, transformaram o José Jorge Ferreira num Homem Invisível, como podemos ver muito bem.

O Caneco envergou uma máscara que nos faz lembrar polícia francês, ou o que quer que seja, mas estava criado um personagem de grande intensidade cénica.

A casa que nos serve de fundo era do Ti Armando Anão.

Infelizmente já não me lembro das aventuras que vivemos nesse dia.





Sem comentários:

Enviar um comentário