O Piloto, um cão extraordinário !...
O Dr. José Ferreira Sacras, Notário em Mortágua na primeira
metade do Século XX, era dotado de grande sentido de humor,
sempre disposto a contar uma história com o ar mais sério
do mundo, mas que os ouvintes facilmente percebiam ser uma graçola inocente,
que dificilmente poderia ser considerada uma mentira.
Além de Notário, era também agricultor, e tinha a paixão pela
pesca e pela caça.
Um dia de “abertura” da época de caça, o Dr. Sacras e o seu filho Ângelo
foram caçar. A partir de determinada hora constataram que o seu fiel
perdigueiro, o Piloto, tinha desaparecido do seu campo de visão. Procuraram em alguns dos locais por onde tinham passado,
mas não conseguiram encontrar o companheiro.
Foi com grande pesar que contaram a história aos amigos, pedindo
que se alguém tivesse alguma notícia do Piloto os contactasse. Mas todos os
esforços foram infrutíferos. O tempo foi passando, mas do Piloto ninguém deu
novas.
No ano seguinte o Dr. Sacras voltou a fazer a abertura da caça, e
ao fim do dia reuniu com os colegas caçadores e contou a sua aventura:
“ Rapazes, vocês nem imaginam o que me aconteceu…
Fui à caça com o meu Ângelito para a mesma zona em que caçamos no ano passado. A certa altura, junto de uma moita, vi qualquer coisa estranha e fui espreitar. E não é que vou deparar com o esqueleto do meu cão Piloto amarrado ao esqueleto de uma perdiz.
Aquilo sim, é que era um cão… amarrou à perdiz e como eu não mandei levantá-la, ficou ali com ela amarrada até morrerem os dois …de fome!…
Vai ser muito difícil arranjar outro como ele….”
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